Cartaz de Toulouse Lautrec
Louise Weber, La Goulue, um monumento da Belle Époque
A mais famosa dançarina do Moulin Rouge, cujo nome está indelevelmente relacionado ao nascimento do Cancan ( final do sec.19, início do 20), tem hoje imagens suas espalhadas em alguns dos maiores museus do mundo. Musa de Auguste Renoir, de Toulouse Lautrec, de outros tantos pintores e fotógrafos.
Mas quem foi, afinal, esta mulher?
Show de slides - imagens pesquisadas nos sites: Moi, La Goulue de Lautrec e Archive Button
O caminho para a fama
Nascida em 1866, em Clichy, onde sua mãe tinha uma pequena lavanderia, de família judaica da Alsácia, Louise Weber ajudava a mãe na lavagem de roupas, teve depois alguns pequenos empregos, sempre alimentando o pojeto de se tornar dançarina.
O primeiro trabalho na dança foi no Cirque Fernando, nos arredores de Paris.
La Goulue, em desenho anônimo, nos bastidores do Cirque Fernando
Aí, conheceu Auguste Renoir, que a introduziu como modelo no meio de pintores e fotógrafos. Não podia saber, mas estava agora a um passo do Moulin Rouge, da fama e da fortuna.
La Goulue dance à la ville - tela de Renoir
No Moulin
O Moulin Rouge fez sua estréia em 1889, como estratégia de revitalização do Montmartre, um bairro então marginal, para o qual os empresários Charles Zidler e Joseph Oller , com o novo cabaré, queriam atrair as elites.
Uma nova dança, o Cancan, com base na quadrille, é desenvolvida no Moulin, com o objetivo de marcar território. Louise Weber é contratada para o espetáculo de estréia.
A especialidade de Louise Weber
Louise destaca-se pela criatividade entre as dançarinas do Cancan. No frenético movimento de saias, é a única a mostrar as rendas da calcinha. Em números de platéia, arranca com o pé os chapéus dos espectadores da casa e os atira longe.
Logo será a principal atração , dançando com Valentin Le Desossé ( O Desossado), contorcionista que parecia não ter ossos no corpo, o Chahut. - uma variação do Cancan.
La Goulue dança com Valentin Le Desossé, em desenho de Toulouse Lautrec
O Apelido
A rapidez com que sorve os drinques nas mesas dos clientes da casa valeu-lhe o apelido de La Goulue ( The Glutton, ou A Gulosa), com o qual passaria desde então a ser conhecida.
Moi, La Goulue de Lautrec
É o título de sua biografia oficial, assinada por Michel Sauvais.
La Goulue, no Moulin, é imortalizada em desenhos, cartazes , aquarelas e litogravuras de Toulouse Lautrec. Eis alguns deles:
A hora da escolha
Louise Weber está rica e famosa. É a primeira artista no gênero a se apresentar no Olympia de Paris, em 1893.
E, em 1895, decide deixar o Moulin Rouge para montar seu próprio show que se chamará La Goulue, como parte de uma feira que deveria levá-la em tourné por toda a França e outros países da Europa. Mas o projeto fracassa.
La Barraque Foraine, onde se apresenta La Goulue em 1895 ( foto Wikipédia)
Nos próximos anos, vagará pelos pequenos teatros de subúrbio. Casada com um domador de leões, tentará reconstruir a vida como sua partner. Mas as coisas pioram a cada dia.
La Goulue torna-se partner do marido, domador de leões ( imagem Wikipédia)
Louise tenta voltar ao Moulin Rouge . Tarde demais. Envelhecera para o Cancan.
Os últimos anos
Afundada no álcool, na depressão e no esquecimento, obesa, La Goulue dissipa o que lhe resta de fortuna. Será vista na porta do mesmo cabaré em que um dia foi rainha, vendendo cigarros e amendoins.
Estas cenas foram filmadas por volta de 1925.
Póstuma homenagem
La Goulue morreu em 1929, esquecida. Foi enterrada no Cemitério de.Pantin, e só em 1992 seus restos mortais foram transferidos para o Cemitério de Montmartre, ao lado de outras celebridades que fizeram a história cultural de Paris e do Mantmartre, numa homenagem póstuma.
Quanto ao Moulin Rouge, comemorou em 2009 seus 120 anos.
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