Neila Tavares, Geléia Geral

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Capa: sombra e reflexo da janela na cortina do boxe. Abstratos

Ah, o pessoal anda gostando das minhas experimentações fotográficas, e na altura da última edição eu fotografava a luz, lá, dentro dela. Efeitos bonitos de fogo e de jóia. Chamei de Abstratos Luminosos. Mas não desencanei ainda deles. Quando encano num troço é duro desencanar. E já tenho aqui outros resultados para mostrar.

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Fotografando a luz, eu tenho me sentido lá dentro, no âmago, no útero, no nascedouro – origem da fotografia. Seres extraordinários sempre me pareceram morar dentro das lâmpadas, mesmo apagadas , nos filamentos de pequenas esculturas de vidro, e já vi mulheres, seres espaciais, soldados, bruxas, personagens Kabuki, com extensões ou raios a saírem de suas cabeças. E falo ainda das lâmpadas apagadas.

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Confesso – um pouco envergonhada da minha própria loucura - que ando colecionando bulbos de lâmpadas queimadas, filamentos. Mas acesas, em pleno incêndio, elas revelam imagens fantásticas. Seres fantásticos, formas, cores...Texturas! A luz é texturizada!

A máquina reclama, varia loucamente o foco, se aquece, altera-se, cega. Uso uma máquina comum, uma Sony nada-demais, turística. Tenho outra, mais vigorosa, mas esta é o meu amor. Temos intimidade, falo com ela. Digo:” Vai, vai, você pode”. E ela vai. Ela sempre vai. E neste momento estou voltando a lente, buscando o foco, e sem muito olhar, pra não me ferir o olho na luz. E clico. Muito. Muitas fotos.

Da lâmpada vela ( conhecida assim, lâmpada vela, porque 'imita' a chama de uma vela), 60w, transparente, escolhi algumas fotos hoje para mostrar. Feitas nos últimos dias.

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Abstratos luminosos - Filamento