Há, por certo, algumas vantagens em se nascer príncipe. Mesmo quando o Império já desapareceu há mais de um século, deu lugar à República. Mesmo quando não há mais a função alguma para um príncipe. Vantagens e desvantagens, como tudo na vida.
Penso isso agora em relação a Sua Alteza Real Imperial Príncipe D. João de Orleans e Bragança ( é assim que deve ser chamado oficialmente). Muitos tiveram este mesmo nome. Mas falo do D. João que está aí, príncipe cinquentão, surfista, engajado nas lutas ecológicas e excelente fotógrafo.
Bisneto da Princesa Isabel, a Libertadora ( pôs fim à Escravatura no Brasil) e trineto de D. Pedro II, último Imperador brasileiro, D. João tem bons motivos de orgulho familiar. A Princesa Isabel era show, e cada vez o Brasil, liberto daquela mágoa natural que se tem dos colonizadores em qualquer país do mundo, descobre nela maiores qualidades.
Princesa Isabel e Conde D'Eu, bisavós de D. João
E Dom Pedro II, ah, Dom Pedro II era encantador. Victor Hugo ficou louco por ele, que conheceu durante a Exposição de Paris. Fascinante, culto, carismático, sedutor, inovador, irresistível. Era brasileiro, já, e não português como seus antecessores aqui, e amava o Brasil. E amava também, muito, a fotografia. Graças a ele a fotografia chegou ao Brasil antes de â maior parte dos países da América.
Bom, mas a questão é que nosso príncipe ecológico, o Príncipe Verde, que tem uma pousada em Paraty, a Pousada do Príncipe, e o charme do trisavô, é fotógrafo há trinta anos. Lançou um livro, Olhar de João, comemorativo deste aniversário.
Quero saber mais do fotógrafo, mas a internet insiste em me repetir sua história familiar. Para conseguir quatro fotos suas e mostrar aqui passei boa parte de uma noite no computador. D. João tem tudo para ser uma estrela internacional na fotografia ( e tem mesmo exposições importantes no Exterior), mas o fotógrafo me aparece sempre ofuscado pela condição de Príncipe.
Deserto de Siwa - Egito
8 de ago. de 2010
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