Foto de Claus Meyer
Margaret Mee era uma mulher radiante, solar. Tive a oportunidade de entrevistá-la duas vezes, na TV Educativa e na TV Manchete, nos anos 80. Era radiante. E uma espécie de maga. Ou de elemental, ser da floresta. Olhos brilhantes, voz delicada, sensibilidade perceptível em cada gesto.
Bióloga botânica amadora, registrou no desenho as espécies ia encontrando às margens do Rio Negro e Amazonas, às quais dedicou-se por trinta anos. Descobriu novas espécies que hoje carregam seu nome. Mas era também uma grande artista e fez destes registros alguma coisa que extrapolaria o desenho botânico para serem vistos como obras de arte de requintada graça.
Em 2009 celebrou-se seu centenário.
As aquarelas que se seguem são de espécies da flora amazônica brasileira
.
O despertar da paixão
Margaret Mee ( 1909-1988) nasceu nos Estados Unidos, foi rebelde, comunista, libertária e idealista, envolveu-se em movimentos sociais e políticos,e, em 1952 chegou ao Brasil. Em 1956 ,fez sua primeira viagem à Amazônia. Foi o despertar de uma paixão que levaria consigo até o último dia de vida.
Relato do último grande sonho conquistado
O texto abaixo, destacado na cor marrom, é da página http://amazonia.no.sapo.pt/MargaretMee.html:
"Na última expedição, em maio de 1988, Mee realizou o sonho que tinha desde 1965, e que por muitas vezes tinha tentado concretizar: capturar em papel um evento que poucas pessoas tinham presenciado, o desabrochar da flor da lua, uma espécie rara de cactos, Selenicereus witti (Cactaceae), cujas flores brancas abrem unicamente numa noite de lua cheia no ano.
Uma declaração de Mee na altura foi: ' Enquanto me posicionava ali, com a orla escura da floresta ao meu redor, sentia-me enfeitiçada. Então a primeira pétala começou a mexer-se, depois outra e mais outra e a flor explodiu para a vida'.
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