Em chamas
A foto de capa é um incêndio na mata de Lumiar, Serra de Friburgo, Rio de Janeiro, no início de setembro.
Perdeu-se ao todo, numa noite, de 4 a 5 km de Mata Atlântica. Esteve bem perto de mim e pude testemunhá-lo por cerca de dez a doze horas.
E fotografar. O digital não se comporta tão bem nestes casos de choques de luz. Escuridão de um lado, luz estourada do outro. Fica procurando, sem saber a qual dos dois se ajustar, no automático. É lento, preguiçoso ,impreciso, no manual. A película fazia isso melhor.E tinha a fumaça, atrapalhando no digital, que na película antiga somaria e muito à imagem.
Um espetáculo infernal. A câmera não alcançou em detalhe, como o olho nu, para mostrar o que é uma árvore sendo devorada pelas chamas. É uma visão impressionante. E você jura que ela luta, jura que mexe, se defende e grita no estalar do fogo, tão alto. Mas o inimigo é cruel, e, por fim ela se entrega. Calangos, roedores correm, pássaros dão rasantes desorientadas.
O fogo é um desastre. Por onde passa deixa um rastro apocalíptico.
Penso no Brasil. Registra-se aqui este ano uma das maiores estiagens da história. Com a estiagem vem as queimadas, herança maldita de antepassados distantes. Hábito de queimar a terra antes do plantio ou preparo para a criação. E os incêndios . Chegaram ao número de 2000 incêndios incontroláveis, a maioria dos quais visíveis por satélite, ao mesmo tempo no Brasil. De proporções gigantescas, de proporções amazônicas. O fogo lambeu por dia, no Brasil Central, extensões inimagináveis de florestas. Do tamanho de alguns países europeus. Lambeu bicho, lambeu casa, pequenas plantações... E todo ano é assim, na estiagem. Depois se esquece.
Voltaremos a discutir soluções mais tarde, na próxima catástrofe.
.
.
BOA DICA DE JOÃO LORÊDO
10.000 músicas de 1904 a 2003
http://www.planetarei.com.br/100anos/index.htm
.
EXCELENTE E DIVERTIDO COMERCIAL
A banda
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário