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22 de ago. de 2010

O GRITO DE MUNCH

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Estúdio de Munch - 1925



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O Manifesto


“Queremos mais do que uma mera fotografia da natureza. Não queremos pintar quadros
bonitos para serem pendurados nas paredes das salas de visitas. Queremos criar uma
arte que dê algo à humanidade. (...) Uma arte que atraia a
atenção e absorva. Uma arte criada do âmago do coração”.


( Trecho do Manifesto de Saint Cloud, de Munch, 1882)
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Edvard Munch ( 1863-1944) - pintor norueguês, simbolista/expressionista, precursor do Expressionismo alemão. Envolvido com o Teatro, recebeu influência do realismo social de Henrik Ibsen ( criou para seu texto Peer Gynt cenários e figurinos), da mesma forma que influenciou outro dramaturgo, August Strindberg. Além, é claro, de pintores, escultores, cineastas, fotógrafos, e outros, ligados ou não ao expressionismo.

Expressionismo - Considerado a 'arte do instinto', caracterizado pela dramaticidade, a subjetividade, a utilização de cores vibrantes, dinâmicas , pinceladas rápidas e grossas, texturizadas, técnica violenta e a procura por expressar os sentimentos humanos.
O expressionismo concentrou-se principalmente na Alemanha, entre 1900 e 1935.

O Grito ( Skrik, no original)

O GRITO - óleo, têmpera e pastel sobre cartão - 91x73,5 cm ( 1893) - Galeria Nacional - Oslo. Noruega
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Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza. ( trecho do diário de Munch)
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Amor e dor
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O quadro foi exposto pela primeira vez em 1903, como parte de um conjunto de seis peças intitulado Amor, que queria representar as várias fases de um caso amoroso, do encantamento inicial à ruptura traumática.

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Ashes - uma das telas da série Amor. Retrata o momento final da relação do casal

A crítica não foi receptiva e classificou Amor de arte demente , aconselhando as grávidas a evitarem a exposição e sobretudo a visão de O Grito. Assim como mais tarde o Nazismo considerou Munch degenerado, razão pela qual retirou toda a sua obra em exposição na Alemanha. O público, no entanto, fez do quadro uma sensação. O nome O Grito surge pela primeira vez nas críticas e reportagens da época.

Munch pintou quatro versões d’O Grito, para substituir as cópias que ia vendendo. O original, de 1893 , é parte da coleçao da Galeria Nacional de Oslo. Uma segunda versão esteve no Munch Museum de Oslo até ao seu roubo em 2004. A terceira pertence ao mesmo museu e a quarta é propriedade de um particular.Há também uma versão em litogravura.

O Grito parece ter sido uma obsessão do pintor que criou algumas variações anteriores do mesmo tema, até sua realização final.

Desespero, 1892

Desespero - 1893


O grito de Munch, o grito de todos


Doença, loucura e morte são os anjos negros que vigiavam o meu berço e me acompanharam a vida toda - escreveu Munch uma vez. Sempre referido como uma personalidade conturbada, marcada desde a infância por tragédias familiares e internações psiquiátricas, a esta costuma-se atribuir a tensão de O Grito, em detrimento de suas motivações e significados sociais.

Hoje considerada a obra símbolo da vida moderna, a tela é mais que o retrato de um sentimento ou um estado de espírito individual, mas coletivo. Reflete o desconforto social, a impotência diante da miséria, da degradação humana e a guerra ou aproximidade dela, dos sonhos soterrados, das ideologias massacradas, que o expressionismo, com suas cores vibrantes, suas grossas pinceladas, suas figuras deformadas tão bem soube mostrar. Ainda que não tenha sido uma tendência política, ou revolucionária além da proposta estética, e ainda que houvessem expressionistas das mais diversas ideologias. Mas porque eram estes os sentimentos comuns da Alemanha Expressionista.




Avaliado recentemente em US$20 milhões, O Grito já foi roubado dos museus da Noruega duas vezes. Roubada em 2004, do Munch Museum, a tela jamais foi recuperada. A outra, do primeiro roubo, na Galeria Nacional de Oslo, foi recuperada em 1996, felizmente intacta, e em 2006 a Noruega comemorou o aniversário desta vitória. Permanece hoje sob estreita vigilância.




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