"Cresci ao longo de um século com o cinema, e hoje sei que foi o cinema que me fez crescer. Obrigado a todos, e viva o cinema!" - assim despediu-se o diretor português da platéia sob os aplausos de pé. Era o Festival de Cannes, 2009. O realizador mais velho em atividade do mundo.
São agora 102 anos. Atividade intensa. Desde a década de 80, um filme por ano. 32 longas.
Documentários e ficção. O último deles, Belle Toujours, exibido no Brasil coo Sempre Bela. um diálogo com o Belle de Jour ( A Bela da Tarde, no Brasil), de Luis Buñuel, de 1967.
Na 67ª edição do Festival de Cinema de Veneza neste mes de setembro, lá estava outra vez Manoel de Oliveira. De novo, aplaudido de pé. A média de idade dos realizadores da mostra competitiva era 45 anos.
Em 1982, filmou A Visita - Memórias e Confissões, documentário autobiográfico que só será visto, por expresso desejo do autor, após sua morte.
O cinema de Manoel de Oliveira caracteriza-se pelos planos lentos, parados, longos, refletidos. Uma vez, ele conta com humor bem português, estando num hotel, recebeu um bilhete anônimo que dizia: "Cinema é movimento. Pare de fazer fotos fixos". E respondeu ao emissário:" Plano não é foto. Num plano fixo pode haver muito movimento".
Aniki Bobó, filme de 1942 - Manoel de Oliveira
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