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Capa: Quarto em luz do dia filtrada por persiana
Há uma história de Nasrudin – personagem sufi de humor que de vez em quando trago a este blog – considerada a síntese do sufismo.
Nasrudin procurava desesperadamente algo no chão, quando um vizinho pergunta: - Que foi? Perdeu alguma coisa, Nasrudin? – Ah, sim, perdi minha chave. Não consigo achá-la.
Gentilmente, o homem agachou-se para ajudá-lo a procurá-la. Mas passara-se já muito tempo e nada.
Tem certeza de que perdeu a chave aqui? – Não – respondeu Nasrudin. Eu a perdi lá em cima. – E por que a procuramos aqui, então? – Porque aqui há mais luz.
Essa misteriosa história popular é assim interpretada por Idries Shah: “Não adianta procurar onde não há luz.”
É verdade, não é? Na vida, perde-se tanto tempo buscando onde não há luz e não se tem como encontrar.
Pois como um Nasrudin de máquina fotográfica em punho, eu também continuo buscando cada pedacinho de luz, cada réstea ou explosão, rondando suas impressões, seus mistérios, seus códigos, suas linguagens, suas transformações da realidade.
Quarto
12 de ago. de 2010
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