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Capa: Nara Leão. Foto internet
Tenho vagado noturnamente pela Bossa Nova. Acho que por causa de Antônio Carlos Jobim.
Explico: revisito Tom Jobim de tempos em tempos – com especialíssimo destaque a Matita Perê – disco que, para mim, é o primeiro entre todos já produzidos no mundo, em qualquer tempo. Exagero? Não creio.
Mas fato é que, pelas mãos de Jobim, caí de novo na Bossa Nova, agora.
Parei em Nara Leão. Nunca mais tinha parado para prestar atenção em Nara Leão, mulher-menina, cantora, musa de uma época, a quem esta edição de Geléia Geral é dedicada.
Samba essencial
E, se vamos falar de Bossa Nova, começo com Samba de Uma Nota Só – nada mais justo. Um samba essencial. E são dezenas de sambas num mesmo samba. A Bossa Nova foi um fenômeno de criação ao mesmo tempo do compositor e do intérprete. E o Samba de uma Nota Só se desdobra e multiplica. É um na voz de Nara, outro na de João Gilberto, outro na voz de cada intérprete, um erudito quando arranjado e executado por Tom Jobim, e ainda outro no violão de Baden Powel. O Samba da Uma Nota Só.
Não vou arrastar para cá tantas versões quanto sou tentada. Fico então com Nara e deixo ao leitor alguns links por sugestões.
Tom Jobim em Montréal -http://www.youtube.com/watch?v=0CYpukkQo04
Baden Powel -http://www.youtube.com/watch?v=olVO58S2gcA
Nara Leão , em Samba do Avião e Samba de Uma Nota Só
Samba de Uma Nota Só
Tom Jobim e Newton Mendonça
Eis aqui este sambinha feito numa nota só./ Outras notas vão entrar, mas a base é uma só./Esta outra é conseqüência do que acabo de dizer./Como eu sou a conseqüência inevitável de você/ Quanta gente existe por aí que fala tanto e não diz nada,/Ou quase nada./Já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada,/Não deu em nada/.E voltei pra minha nota como eu volto pra você./Vou contar com uma nota como eu gosto de você./E quem quer todas as notas: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó./Fica sempre sem nenhuma, fique numa nota só.
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