CAPA: Estrada. Carro em movimento
Ando prolixa, eu acho. Avaliando criticamente, virginianamente a edição passada, constatei: Ando prolixa. Me apaixonei pelos temas e pelas imagens, e fui enchendo o blogue. Também, como resistir a Gregory Colbert, aos fractais, à arquitetura fractal ou ao hiper-realismo de Malek? Me excediiiiiii nas imagens, me lambuzei delas.
Por outro lado, chegam coisas dos amigos, colaborações, coisas bem bacanas que incitam a publicação imediata, e num ritmo maior do que dão conta as edições. Corro atrás, com certa fome. É. Acho que devo ficar mais atenta. Ando prolixa.
Nesta edição
Do Bom e do Melhor - texto bacana de Leila Pinheiro rola em email na internet
Conceição Evaristo - um discurso que é um show de poesia
Os Filhos da Pantera - revisitando Maria Alice Vergueiro em Tapa na Pantera
Rock and Roll - Exposição histórica no Brooklin
Salvador Daí e o ocelote - veja qua animal está com Dali em famosa foto
Bicho Doido - macacos alcoólatras no Caribe
Casablanca - um segredinho da filmagem
O Tal Lugar Azul - então, Chouen existe
Para Morrer de Saudade - duas versóes da abrtura da série Rin Tin Tin, na TV
Estrada - fotografias de resultados improváveis
Escada Musical - uma experiência sobre comportamento nas grandes cidades, patrocinada pela
VW
Guignard - o pintor que conheceu a alma do Brasil
Dicas, notas e ... - destaque para a fascinate coreografia Dancing not Crying
Colaboram nesta edição, com pautas e materiais enviados: Adagoberto Arruda, Embaixada das Caricatas, IPCN, João Lorêdo, Pedro Velho, Neize Tavares e Rogério Vinícius Nascientes.
A corrida atrás do melhor
O texto é de Leila Ferreira, jornalista mineira, blogueira, entrevistadora de TV, produtora.
DO BOM E DO MELHOR
Estamos obcecados com "o melhor". Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.
O bom, não basta.O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".
Isso até que outro "melhor" apareça - e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer. Novas marcas surgem a todo instante.
Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.
Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários. Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis. Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos.
Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente. Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência? Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"? Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?
Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.
A casa que é pequena, mas nos acolhe.O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria. A TV que está velha, mas nunca deu defeito. O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos". As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo.
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem. O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer. Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso? Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?
Conceição Evaristo - Momentos em Nova York
Escritora / Poeta / Educadora - Conceição Evaristo nasceu 1946 em Belo Horizonte. Emocionou o público na BEA (Brazilian Endowment for the Arts) Biblioteca Brasileira de Nova York, durante a I Conferência de Escritoras Brasileiras em Nova York ,em 16 de Outubro de 2009.
De que cor eram os olhos de minha mãe?
Origem:IPCN institutodepesquisadasculturasnegras.blogspot.com
Goya - pintor espanhol
Francisco José de Goya y Lucientes
(Fuentedetodos, Aragão, Espanha, 1746 - Bordéus, França, 1828)
Este blog está cada vez melhor e mais variado. Sou coruja, sim, e daí?
ResponderExcluirColoquei comentário, mas parece que não deu certo.Coisas de computador
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