Uma celebração de grande força dramática
Ao se aproximar a meia-noite, da Quinta para a Sexta-feira Santa as luzes de Goiás Velho se apagam. Os tambores começam à meia-noite
Foi Veiga Valle quem criou o estandarte original. Mas, feito de pano, foi atacado por traças, recuperado, e preservado no museu. O da procissão de nossos dias foi feito por uma bisneta do artista.
A tradição do Fogaréu ainda é viva em algumas cidades da Europa. Surgiu em Sevilha , mas há também na Salamanca, em Nápoles, no Porto... onde os farricocos são chamados nazarenos .
Ninguém sabe porque são farricocos aqui. Nem se este nome chegou a significar alguma coisa mais.
Para a cidade de Goiás, a procissão foi trazida por um padre sevilhano. Virou tradição na cidade, mas lá pelo final do século 19, início do 20, desapareceu. O que ficou, ficou apenas na memória dos velhos, que contaram a respeito a netos e bisnetos.
A partir de 1965, intelectuais e historiadores recuperaram a tradição. Foi Goiandira do Couto que encontrou, num velho dicionário de seu pai, a figura de um Farricoco. O figurino da celebração é todo desenhado por ela. Além dos Farricocos há também dramatizações com Maria, Maria Madalena, José de Arimatéia e outras figuras bíblicas, todos criados por Goiandira.
Visito Elder Camargo, intelectual, historiador. Desde a primeira vez que vi o estranho ritual na TV, que todo ano volta a mostrá-lo, tenho curiosidade de saber mais sobre esta tradição.
Vou de novo na corrida, entre um filme e outro do festival, um debate e outro. É Elder que me dá as fotos, tiradas por um turista de São Paulo, que depois as enviou aos organizadores, e que hora publico aqui..
Elder me conta que primeiro tinham um só farricoco. Depois três. Hoje são quarenta e uma lista de centenas de candidatos a farricoco.
No Brasil, ele me diz, há também um Fogaréu
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