Começa assim um poema de Drummond: “Devagar, as janelas olham… As casa espiam.”
E desde que o li pela primeira vez, despertou em mim meu amor por janelas. Já tenho dito aqui que sou a mulher das grandes obsessões. Fotografo janelas, muitas. Vejo agora em meus arquivos que já são mais de trezentas. Janelas que espiam de dentro, e janelas que são vistas de fora.
Lembro de um vizinho, em Lumiar, que construía uma casa perto da minha. Eu o via da minha varanda, construindo sozinho a sua casa. Ficava fascinada com aquilo. Um homem construindo sozinho a sua própria morada.
Quando colocou as janelas, passei e disse: “São lindas as suas janelas. Darão muita graça à casa”. Ele, um homem simples, operário da construção civil, respondeu: “ As janelas são os olhos da casa, não é?”
Achei aquilo boniiiiitttoooo, e nunca mais esqueci.
Fotografei construtor e casa em todas as fases de construção e, quando ficou pronta, ofereci a ele a coleção de fotos.
Vejo em Goiás janelas especialmente atraentes e volto a associar poeta e construtor, Drummond e vizinho, enquanto as registro.











Nenhum comentário:
Postar um comentário