A Desconstrução
No início século 20, já havia um sem número de IMAGENS DE DON QUIXOTE produzidas na Arte e começam as suas desconstruções, acompanhando uma tendência geral das artes no mundo.
Não tenho a data precisa do desenho de Dali ( ao lado, já publicado na página anterior deste blog e com link abaixo), nem de outras desconstruções que ilustram este texto, e não tenho como dar-lhes ordem cronológica. Mas o desenho de Dali me parece simbólico dessa evolução do personagem na arte. O melhor desta versão surrealista é o movimento. O Don Quixote rodopia, lembra um dervixe rodopiante, ou um pião de brinquedo. Ele dança, ou luta. É dinâmico, tão dinâmico, que nos faz acreditar começa a se desmaterializar.
Em Francisco Apdevila, outra vez, o Quixote caminha para a luz. De novo, a sensação é de que nela, na luz, se fundirá, se dissolverá.
Na obra do chileno Roberto Matta, ele de fato se desmontou, se desconstruiu. É um Don Quixote vencido?
Parece que não. É só um Quixote, nas suas inesgotáveis possibilidades.
Em tela do mexicano Ismael Guardado, aparecerá remontado, como um quebra-cabeça, ou um vitral, com ares de santo e de louco. Alguma coisa que lembra um São Francisco do artesanato popular.
Na gama e na explosão das cores, com amarelo em torno da cabeça, como uma auréola, o espanhol Eduardo Pisano também dá ao seu Quixote uma espécie de santidade, na linha de São Jorge.
Continua
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