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1 de abr. de 2009

Jorge Luis Borges, Don Quixote e Cervantes

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Escritor argentino, Jorge Luis Borges contava que leu o Don Quixote em inglês primeiro, e que estranhou muito ao relê-lo no original, em castelhano, anos mais tarde. Contudo, tomou-se de devoção quase religiosa pelo personagem de Cervantes. Algumas vezes repetiu, em textos e entrevistas, que considerava o Don Quixote o maior livro do mundo, maior que a Bíblia.









Cabe lembrar que é a Bíblia considerado o maior livro do mundo, pelos especialistas , além de ser também o livro mais vendido de todos os tempos. Cabe ao Don Quixote apenas o título de o maior livro de ficção já escrito e o segundo lugar entre os mais vendidos.

















Borges afirmou que se todos os livros do Don Quixote desaparecessem da face da Terra; se, por algum motivo, sumissem todas as suas imagens, todas as suas referências, ainda assim o Quixote nunca desapareceria, tal a sua dimensão.




O texto abaixo é um poema de Jorge Luis Borges. Repare como funde autor-e- personagem, Quixote e Cervantes.




SUEÑA ALONSO QUIJANO



El hombre se despierta de un incierto


Sueño de alfanjes y de campo llano


Y se toca la barba con la mano


Y se pregunta si está herido o muerto.


¿No lo perseguirán los hechiceros


que han jurado su mal bajo la luna?


Nada. Apenas el frío.


Apenas una dolencia


de sus años postrimeros.


El hidalgo fue un sueño de Cervantes


Y don Quijote un sueño del hidalgo.


El doble sueño los confunde


Y algo está pasnado que pasó mucho antes.


Quijano duerme y sueña.


Una batalla:


Los mares de Lepanto y la metralla.

(Jorge Luis Borges - In Obras Completas III)







Cervantes também se viu um com o Don Quixote, no último capítulo do livro, quando escreve, em texto delicioso:




...Só para mim nasceu o Don Quixote, e eu para ele. Ele soube praticar feitos e eu escrevê-los. Somos os dois como um, a despeito e apesar do escritor fingido e tordesilhesco, que se atreveu ou se há de atrever, a escrever com pena de avestruz, grosseira e mal aparada, as façanhas de meu valoroso cavaleiro. Isso não é carga para seus ombros, nem assunto para seu resfriado engenho. Se acaso o chegares a conhecer, advirto-o que deixe repousar na sepultura os cansados e já apodrecidos ossos de Don Quixote, e não o queira levar, contra todos os foros da morte , a Castela, a Velha, fazendo-o sair da cova, em que real e verdadeiramente jaz estendido e espichado...

( Don Quixote De La Mancha, José Olympio Editora, 1954,2ª edição, tradução de Almir de Andrade e Milton Amado, pags. 1911/1912)











Nota:
Ilustram este texto IMAGENS DE DON QUIXOTE encontradas na pesquisa sem referência de autor.









































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