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1 de abr. de 2009

Borboletas

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Macrofotografia de Ronaldo da Costa Pinto

Segundo a visão védica do mundo, “tudo é maya”. O que vemos não é a realidade. Tudo é ilusão.
Na Mitologia, Ísis, a Feiticeira, tinha tal poder que, tendo sido Osíris, seu Amado, assassinado por seu irmão Seth, Ísis conseguiu, através da Magia, revivê-lo. Mas apenas por doze horas ao dia, nas outras doze Osíris permanecia morto. Osíris é, portanto, um deus solar. Ele surge com o dia, vivo, e morre com a noite.


Entre outras travessuras, Ísis teria jogado seu enorme véu sobre o mundo, encobrindo a Realidade, para que os homens não a vissem. Desconectados das coisas como são, os homens teriam criado uma existência ilusória, uma espécie de Second Life, que é essa nossa existência aqui na Terra. O Véu de Ísis é um símbolo forte dentro das escolas ocultistas. Desvelar Ísis significa descobrir e revelar o Conhecimento Secreto, a Perfeita Realidade.


Esse tema está muito presente na literatura das diversas tradições místicas, filosóficas, religiosas, etc... Duas histórias sobre o tema, a primeira da tradição sufi, a segunda da tradição zen, ilustram bem esse pensamento.




O Sonho

(da tradição sufi)


Dois amigos faziam uma longa caminhada, de uma cidade a outra. Sentiam-se exaustos e pararam para descansar à beira de um rio, quando um deles pegou no sono. Dormia de boca aberta, e o amigo o olhava, achando isso engraçado, quando viu uma borboleta sair-lhe da boca.
A borboleta voou sobre o rio, depois pousou numa belíssima flor e bebeu-lhe o néctar. Levantou de novo vôo e encontrou um par, com o qual voou muito, brincou e dançou entre a vegetação, por muito tempo. Depois despediu-se do par e preparou-se para voltar. Mas quando ia entrar de volta na boca do que dormia, o outro barrou-lhe a entrada com uma folha.


A borboleta, perdida, esvoaçou, rápida, inquieta, assustada... E exatamente aí acordou o homem, assustado.


E disse ele ao outro: - Tive um sonho estranho. Sonhei que morava num castelo e dele saía, a passear entre as flores, depois bebia uma taça de melhor mel que já experimentei em toda a vida. E então surgia uma mulher linda, e nós nos olhamos e nos apaixonamos, e dançamos juntos uma música dos céus, mas depois ela partiu. E então eu voltava para casa, o tal castelo, e encontrava a porta fechada, e me senti tão ameaçado com isso que acordei...

O Sonho de Chuang-Tsé ( da tradição zen)


Mestre Chuang-Tsé dormiu e sonhou que era uma borboleta.
E de repente, acordou. Acordou e agora já não sabia mais se ele era Chuang-Tsé que sonhara que era borboleta, ou se era um borboleta que neste momento sonhava que era Chuang-Tsé.

































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