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14 de nov. de 2010

MEDÉIA - A MULHER QUE AMOU DEMAIS

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Tenho buscado Medéia, por causa de um trabalho que queremos fazer em vídeo. Com prazer revisito este mito. E nesta busca ando encontrando alguns tesouros.

Ela amou sem limites, sofreu sem limites o abandono. Matou sem limites


Ela


Medéia é um mito grego que, como outras mulheres mitológicas - Jocasta, Antígona, Electra... - protagonizou algumas das maiores tragédias do teatro grego e clássico. E, como elas, Medéia é um arquétipo feminino. Jocasta é a representação arquetípica da paixão da mãe pelo filho homem; Electra, a paixão da filha pelo pai.

Antígona, o amor pelo irmão. Sua tragédia tem dimensões políticas, dadas às quais sou levada a pensar que o irmão, aí, é 'o outro', e não apenas o seu sanguíneo, Orestes.

Medéia é a paixão pelo homem. Uma história de amor, de abandono, de dor, de ciúmes, de rejeição, ressentimento e vingança.


Sua saga


Sua saga é uma interminável sequência de episódios. Impossível contá-los todos aqui. Mas, resumidamente, Medéia, semi-deusa feiticeira, filha de Eetes, Rei de Cólquida, e de Idia, sobrinha de Circe, de quem herdou os poderes mágicos. Por artimanhas de Eros e de Afrodite, Medéia ama Jasão, belo guerreiro, líder dos argonautas , com quem foge no Argos pelo mar, levando o irmão por refém. O pai a persegue na fuga . Ela mata o irmão, o esquarteja, atirando-o ao mar, com isto dispersando o pai que vem atrás, obrigado-o a parar para recolher os pedaços do filho.


Medéia não perdoa a infidelidade de Jasão. A bela feiticeira se vingará dos amantes

O tempo da felicidade, a dor do abandono


No exílio, o casal e seus dois filhos vivem tempos de paz, prosperidade, prestígio social. Até Jasão conhecer Glauce , jovem princesa de Corinto , filha de Creonte, por quem se apaixona. Medéia está só, abandonada. E sua dor é implacável.


Devorada de ciúmes , mata a princesa, enviando-lhe um manto mágico que incendeia ao ser vestido. Mata também o rei, Creonte. E finalmente seus próprios filhos com Jasão, para que do amado não restasse qualquer descendência ou lembrança.


Mais tarde, se casará com Egeu, e dará à luz um terceiro filho, Medos.


A mãe mata os dois filhos de Jasão, para que dele não reste descendência

Para ter o amor de Jasão, Medéia, em fuga, mata o irmão, o esquarteja e atira ao mar, dispersando o pai, que a persegue, obrigado-o a parar para recolher pedaços do filho


Uma história sem fim

Medéia foi teatralizada por Eurípedes, 431 a.C., passando a ser essa principal fonte de referência da mitológica personagem. Ao final da história, a feiticeira não é julgada por seus crimes, não morre, não é punida. Sobe aos céus num carro de luz ou de fogo. Culpada ou inocente?


Diz-se que não há inimigo mais temível de um homem que a mulher por ele abandonada, a mulher rejeitada, a mulher ressentida. É o arquétipo da Medéia a assombrar ainda o mundo.


Medéia, personagem para grandes divas

No teatro, na ópera, na dança, Medéia vem sendo vivida por grandes divas da história. Algumas destas realizações aparecem hoje na internet. Destaque absoluto para as quatro indicadas em links abaixo.


A Medéia de Maria Callas, imortal soprano, ela mesma um outro mito, no filme de Pasolini, em seu único trabalho de atriz em cinema. Amparada por uma irretocável ambientação do genial diretor. Callas também foi Medéia na ópera, em inúmeras montagens e gravações.


Maria Callas, a Medéia de Pier Paolo Pasolini


http://www.youtube.com/watch?v=JCP8Qb1etxk


A densa Medéia de Melina Mercoury


http://www.youtube.com/watch?v=4pK3ggH3wrQ&feature=related


A interiorizada do cineasta Lars Von Trier


http://www.youtube.com/watch?v=ZA8nWTnLIIc


A pós-moderna ,de Popaioannou


http://www.youtube.com/watch?v=a8RqFQakwkQ


http://www.youtube.com/watch?v=EIiKM9aHrf0&feature=related




Cartaz de Mucha para a Medéia de Sarah Bernhardt . "Um assombro!" - dizia a crítica, sobre a atriz no papel.




Mas também sugiro a você, se o tema o interessou tanto quanto vem interessando a mim, que veja , mesmo que um pouquinho - É uma experiência! - Maria Callas, na ópera, na Medéia de Luigi Cherubini. Scala de Milano, 1953.


Numi, venite a me, inferni Dei






Maria Callas as MEDEA
Fedora Barbieri as Neris
Teatro alla Scala
10 December 1953

con. Leonard Bernstein

(YouTube)


Um comentário:

  1. Olá!
    Claro que não com esses talentosos artistas, mas com um grupo ainda sequer conhecidos (mas talentosos!), assisti ao espetáculo. Lindo! A cena em que Medeia sabe da traição de Creonte é muito, muito intensa! Linda!
    Mas há mulheres que, no recente século passado, ainda "amam demais", ou seja, amam demasiadamente seus companheiro: Edith Piaf, Frida Kahlo, Florbela espanca, entre outras.
    Estarei exagerando? Rsrs! Bj! Tê!Boa sorte em teu trabalho!

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