.post img{border: 1px solid #000000;padding: 1px;} .post a:hover img{border: 1px solid #6699FF;}

14 de mar. de 2009

O Don Quixote Pop de Ronaldo Torquato


IMAGENS DE DON QUIXOTE


Ronaldo Torquato, pintor brasileiro contemporâneo, tem também mais de uma versão do Don Quixote. As três versões que ora reproduzo aqui, estão publicadas no site do pintor: http://www.ronaldotorquato.com/





















Links para outras IMAGENS DE DON QUIXOTE já publicadas neste blogue:

Gustave Doré
http://neilatavaresgeleiageral.blogspot.com/2009/02/o-don-quixote-de-dore.htmlhttp://neilatavaresgeleiageral.blogspot.com/2009/02/o-don-quixote-de-dore-2.htmlhttp://neilatavaresgeleiageral.blogspot.com/2009/02/o-don-quixote-de-dore-3.htmlhttp://neilatavaresgeleiageral.blogspot.com/2009/02/o-don-quixote-de-dore-4.html



Picasso
http://neilatavaresgeleiageral.blogspot.com/2009/02/o-don-quixote-de-picasso.html



Armando Romanelli
http://neilatavaresgeleiageral.blogspot.com/2009/02/o-don-quixote-de-armando-romanelli.html
http://neilatavaresgeleiageral.blogspot.com/2009/02/o-don-quixote-de-armando-romanelli-2.html
http://neilatavaresgeleiageral.blogspot.com/2009/02/o-don-quixote-de-atmando-romanelli-3.html



Octavio Ocampo
http://neilatavaresgeleiageral.blogspot.com/2009/03/os-don-quixotes-de-octavio-ocampo.html
























Don Quixote - pequeno resumo da história de Cervantes













Acima, ilustraçõs do catálogo da exposição Ilustradores do Dom Quixote, Biblioteca Nacional de Lisboa - s/d), em colagem de obras famosas





O Engenhoso Fidalgo Don Quixote De La Mancha narra as aventuras de um empobrecido fidalgo da Mancha, no reino de Castela, Don Alonso Quejano, que, amando ao exagero os romances de cavalaria, adoece depois de uma caça à raposa. Ele vive com a criada, uma sobrinha e um cavalariço. Está agora desenganado e muito fraco. Mas ainda em presença do médico que o visitava, delira, e se ergue do leito aos berros, entregue à fantasia de ser ele próprio um cavaleiro andante, disposto a arriscar a própria vida na luta por paz, justiça e amor.

Diz ele:
Dichosa edad y siglo dichoso aquel adonde saldrán a luz las famosas hazañas mías, dignas de entallarse en bronces, esculpirse en mármoles y pintarse en tablas, para memoria en lo futuro.

(Feliz idade e feliz século aquele onde sairão à luz as minhas famosas façanhas, dignas de entalhar-se em bronzes, esculpidas em mármores e pintadas em telas para a memória do futuro) -
D.Quixote: II Capítulo


PRONTO. Havia seE transformado no Dom Quixote .

Cervantes não pretendia escrever mais um romance de cavalaria. Mas, ao contrário, produzir uma obra satírica, criticando a mania nacional deste tipo de literatura que grassava por toda a Península Ibérica de então. O Don Quixote, portanto, é uma figura farsesca, picaresca, acentuando os aspectos ridículos do personagem. O romance se desenvolverá a partir da contraposição entre o sonho e a realidade, o real e o imaginado, o ideal e o social, a loucura e a lucidez. Nas suas aventuras pelo mundo, Don Quixote acabará sempre vencido pela dureza da realidade.

Don Alonso Quejano é um bom homem. Tanto, que é conhecido na vizinhança pela alcunha de “o Bom.” E agora se auto-intitulará, como cavaleiro, Don Quixote de La Mancha. Com viseira de papelão, armadura enferrujada de um velho antepassado, veste - se de cavaleiro, e monta seu velho pangaré Rocinante. Elege uma jovem camponesa por objeto de seu amor, para representar Dulcinéia, Del Toboso, dama da mais alta nobreza no delírio, a quem defenderá a qualquer custo. Em carta de amor a Dulcinéia, o Quixote se assina ”Seu até a morte.”


Para seu escudeiro, Quixote convida um ingênuo lavrador vizinho, de pouca inteligência e muita fidelidade, dando origem assim a Sancho Pança.




Sancho não sofre da mesma loucura de seu “novo patrão”, ele vê a realidade e tenta chamar Don Quixote de volta a ela, mas em vão. É o que acontece, por exemplo, quando o louco fidalgo decide lutar contra moinhos de vento ( na mais cultivada cena de todo o romance), inventando que são de fato gigantes. Mas apesar disso, Sancho ‘compra a briga’ do patrão.



No final do livro, acaba a fantasia, e, sem ela, morre Don Alonso Quejano, vencidoo e de volta à lucidez.


O Don Quixote De La Mancha é hoje visto como um dos mais líricos e emblemáticos discursos sobre a loucura, a paixão em contraposição com a realidade. Cervantes, conforme suas próprias declarações, inspirou-se, para criá-lo, no que chamou de “fontes orientais”. Referia-se provavelmente a Nasrudin, personagem da cultura popular no mundo árabe desde o século 11 ou 12, que trabalha sobre a questão da lógica. Nasrudin te faz ver que toda lógica contém em si mesma uma outra, inversa, oposta, porém aplicável, dependendo do ponto-de-vista do observador. É a lógica do louco, a sua razão. A lógica do Quixote.





A eleição do livro de Cervantes como o maior livro de ficção já escrito deu-se em 2002, quando se convocou uma comissão internacional dos mais importantes intelectuais do mundo para escolher uma entre todas as obras literárias até então produzidas.





Acima, flamenco anônimo do século 17





Alguns links interessantes para ver mais sobre Don Quixote:

http://cantinhodaliteratura.spaceblog.com.br/105369/DOM-QUIXOTE-DE-LA-MANCHA-Cervantes/
Versão eletrônica completa da obra em português e em espanhol

www.el-mundo.es/quijote
Para ouvi-la, em MP3

http://viajeaqui.abril.com.br/indices/edicoes/conteudo_244074.shtml
Rota turística do Don Quixote, na Mancha





AS IMAGENS QUE ILUSTRAM ESSA PUBLICAÇÃO FORAM ASSIM ENCONTRADOS DURANTE A PESQUISA, SEM REFERÊNCIAS MAIORES DE ORIGEM OU AUTOR.



















Jeff Faust

.


Um dos nomes mais cotados da pintura contemporânea, o surrealista norteamericano Jeff Faust tem uma biografia inesperada. Autodidata na pintura, é músico ( guitarrista, primeiro, depois baixista), admirador de Pink Floyd,compositor e grande animador de bandas de roque dos anos 90. Formou a GROOVE KITCHEN, a IN BETWEEN MAIDS, a BRANDON BRANCO.



Sua música mais conhecida, Little Fly, é recordista entre as mais baixadas na internet.
As telas de Faust primam pela delicadeza, são como poemas gráficos. Ou, talvez seja mais apropriado dizer-se, são como canções gráficas.

























Jeff Faust 2

.









Jeff Faust 3

.






























Recebi Via Email Essa Semana

.


De Rogério Campini



Copacabana, em 1939

- Capa da revista Light, publicação da empresa de energia elétrica, distribuida gratuitamente, que alcançou uma considerável tiragem e uma relativa importância na história da imprensa brasileira.









De Neize Tavares

Link legal

Chapelle de La Maison Mère Mallet


- QUEBEC






Utilizando-se as ferramentas disponíveis nesta foto, você pode ver a bonita capela de Quebec, em 360º horizontalmente, 180º verticalmente, além de aproxiamar os detalhes utilizando o zoom.



























Os personagens surreais do futebol de Nelson Rodrigues


E a Volta do Sobrenatural de Almeida



Nelson Rodrigues justificava sua paixão pelo futebol nos seus aspectos mais surreais. Era a força do sobrenatural, para ele, que fazia com que um time perdesse tendo tudo para ganhar do adversário. Ou que o mais bonito gol preparado terminasse com bola na trave, ou ainda que, numa mesma partida, tudo acontecesse em prejuízo de uma equipe, o melhor jogador se machucasse, o segundo melhor fosse expulso de campo, ou o juiz não marcasse o pênalti evidente. O lado transcendental, que os idiotas da objetividade eram incapazes de ver, para Nelson, era a razão da paixão de uma vida.


A segunda grande razão era o torcedor, com suas manias, seus comportamentos, ritos, linguagem, com a sua fúria apaixonada pelo time, ou por um jogador. Em cima destes, Nelson criou alguns personagens fantásticos, como o Ceguinho Torcedor, que é cego, vai de bengala para o Maracanã, mas discute o jogo, “foi pênalti, não foi pênalti”, porque, se não vê com os olhos dos olhos, vê com os do coração. Como todo torcedor.



Já o Sobrenatural de Almeida mistura os “mistérios naturais” do jogo e o torcedor. Pobre, amargo,rancoroso, abjeto, desdentado, manco, morando num quarto apertado de uma cabeça-de-porco num subúrbio carioca, onde o calor é tão grande que não para de se abanar com a Revista do Rádio,Sobrenatural de Almeida manipula os jogos, de forma a prejudicá-los sempre , de um lado ou de outro. Escolhe a vítima e vai. Faz o jogador pisar em falso, distrai o juiz, desvia a bola.O que lhe importa é azarar o jogo. E assim, de raspão, Nelson também caricatura um tipo de torcedor pesado, pé-frio, que no íntimo torce para que tudo “não dê certo”. Sobrenatural é de carne-e-osso, mas assombra, em alguns momentos é mesmo uma forma de assombração. É material e imaterial.



E tinha a Mala do Paulo César, humanizada, falante, dando entrevistas... uma crítica à imprensa mais preocupada com que os jogadores traziam nas malas, de suas viagens, evidências de seus altíssimos salários, que com o jogo que tinham feito lá fora. Então, a Mala do Paulo César, começa a se sentir mais importante que o jogador, e ganha voz, dá declarações, faz revelações, etc, enquanto o jogador fica para trás.



O Gravatinha. Gravatinha morreu em 1958, e por isso ainda vai ao estádio usando terno e gravata borboleta. Morreu vítima da Espanhola ( a gripe que atacou o Brasil nos anos 40 e fez centenas de vítimas).Tem já bem mais de oitenta anos, tem gestos calmos, é magro e fala com “voz de criança que baixa em centro espírita”. Torce pelo Fluminense, é torcedor ardoroso, e sua presença no estádio anuncia vitória do Fluminense, uma vez que o Gravatinha, do outro mundo, conhece por antecipação o resultado do jogo. E só vai ver jogo que Fluminense ganhe.
E o Paralelepípedo de Almeida ,personagem mais tardio que os outros. É um torcedor frio, sem deslumbramento, sem paixão, e sempre criticando os ídolos, sempre diminuindo uma jogada, sempre contra a celebridade do time.



São esses, acho, os mais destacados personagens surreais do futebol de Nelson Rodrigues, que deram origem e continuidade a dezenas e dezenas de metáforas e expressões literárias que se incorporariam definitivamente à lenda do futebol brasileiro.


Mas, pouco adiantaria falar sobre eles sem mostrar nenhum e por isso eu trouxe aqui um texto do genial comentarista, sobre o Sobrenatural de Almeida.




A Volta de Sobrenatural de Almeida

Texto de Nelson Rodrigues


( transcrito do livro João Saldanha e Nelson Rodrigues, de Ivan Cavalcanti Proença – Educom, 1976)


Amigos, entro na redação e sou avisado:” Tem aí um cara te esperando”. Digo tirando o paletó: “Manda entrar”. Era o abominalíssimo Sobrenatural de Almeida.É duro começar o trabalho com tão tenebrosa visita. Todavia, a natureza deu ao homem, para essas ocasiões, um cinismo impressionante.

Quando o Sobrenatural de Almeida aparece, eu o recebo com falsíssima efusão: “Quem é vivo sempre aparece!” Com uma perna mais curta que a outra, o visitante aproxima-se, mancando. Pergunto-lhe: “Como vai essa figura?” O outro abre um sorriso de maus dentes: “ Estou caprichando!” Sentou-se e eu berro para o contínuo: “Dois cafezinhos, rápido!”


E, instalado na redação, o Sobrenatural de Almeida começa a falar: “Tens visto a minha atuação?” Ao mesmo tempo que fala, abana-se com a Revista do Rádio. Sinto que ele está vaidosos de não sei que ignóbeis feitos.Tive a vontade quase irresistível de perguntar : “Assaltaste algum cahuffeur?” Por delicadeza, esperei que o miserável fizesse a sua auto-promoção. E, então, depois de limar um pigarro, de estufar o peito magro, diz ele, patético: “Eu venci o Fla-Flu! Eu!”


Houve um suspense. Sobrenatural de Almeida dá um risinho de Chaliapine em Mefistófeles: ”Ou não percebeste a minha influência no placar?” Juntou gente em torno de minha mesa. Ao mesmo tempo chegava o contínuo com dois cafezinhos na bandeja. E então, mexendo o açúcar, o abjeto cidadão contou, para nosso espanto, a sua vil ação contra o Fluminense.


Ouvindo-o, eu encontrava explicação para uma série de fatos extraordinários. Os idiotas da objetividade só vêm um jogo em termos estritamente técnicos e estritamente táticos. E o Sobrenatural de Almeida estava ali,provando que o futebol é muito mais do que puro e simples futebol. Qualquer clássico ou qualquer pelada tem uma área de mistério e de espanto.


Antigamento, os alvinegros soluçavam:”Há coisa que só acontecem ao Botafogo!” Era verdade. Fatos espantosos aconteciam em General Severiano. Nos últimos jogos, o Fluminense também poderia clamar: “Há coisa que só acontecem ao tricolor!”


A nossa equipe pode não ser um escrete húngaro de 54, mas é superior aos seus resultados. Por exemplo: contra o Vasco, o Denilson deu um gol; contra o Bangu, Silveira deu outro gol; contra o Flamengo, Altair outro Dir-se-ia que o tricolor cavou o próprio abismo. Mas é claro que o Fluminense não tem nenhuma vocação suicida. Por outro lado, Denilson, Silveira e Altair são “pós-de-arroz” apaixonados. Não estão lá para estraçalhar o próprio time. E por que, em três partidas consecutivas, o Fluminense foi artilheiro contra si mesmo?


Trepando numa cadeira, em plena redação, o Sobrenatural de Almeida bate no peito: “Fui eu! Eu!” Alega o abominável indivíduo que, aproveitando a ausência do Gravatinha, sentou-se na alma tricolor. Eu ouço e calo Ou por outra, faço-lhe a pergunta:” E domingo?” Sobrenatural de Almeida dá uma gargalhada satânica: “Entre o Botafogo e o Vasco, estou escolhendo minha vítima. Hei de beber o sangue de alguém





















13 de mar. de 2009

Reco Reco, Bolão e Azeitona. Saudades deles?

.
Precursores entre os personagens de quadrinhos brasileiros, Reco Reco, Bolão e Azeitona , três adolescentes de “miolo mole” criados por Luiz Sá em bicos-de-pena aquarelados, são mais alguns dos mais marcantes personagens da infância dos sessentões de hoje.














Na ilustração à esquerda, um retrato de Luiz Sá cai sobre a cabeça de Bolão











Eles surgiram em 1931, quando Adolfo Aizen , editor da revista O Malho – primeiro trabalho de Luiz Sá na imprensa do Rio de Janeiro - e futuro dono da Ebal, encomendou-lhe uma história em quadrinhos para crianças.







Foram lançados na revista Tico-Tico, onde permaneceram até o fechamento da revista, em 1957, e foram tão populares que as Estampas Eucalol (já falamos delas aqui, Marcador Almanaque) tiveram uma série desses garotos.

























Para nós, que já atingimos a marca dos 60 anos, Reco Reco, Bolão e Azeitona povoaram o universo de nossa primeira infância. Muitos aprenderam a ler nas páginas de O Tico-Tico e nos cartazes e quadrinhos de Luiz Sá.

E nos impregnaram com suas imagens para sempre.






Nas páginas da Tico Tico







.

Luiz Sá










Luiz Sá, em caricatura de Méndez






Luiz Sá, cartunista e caricaturista cearense (1907-1979), popularíssimo no Rio de Janeiro dos anos 50, 60, foi ainda o primeiro cartunista brasileiro a juntar o cartum ao cinema, em claquetes animadas de passagens de uma notícia a outra no Cinejornal – que precedia os filmes nos cinemas, com notícias dadas com atraso de meses. Experiências neste sentido vinha desenvolvendo desde 1938, quando fez as primeiras animações para cinema, em curtas caseiros.Transpunha assim uma barreira até então impensável, entre o cartum e o cinema, ele que já passara dos jornais e revistas ao teatro de revista, como cartazista e roteirista. O próximo passo foi a televisão, com animações para a TV Rio e a TV Globo.




Foram cinco décadas de trabalho intenso, que colocariam seu nome para sempre entre os mais importantes do desenho de humor brasileiro. Luiz Sá morreu sobre a prancha de trabalho, deixando interminado seu último desenho.




Em 2007, por ocasião do centenário do desenhista, foi restaurado o filme documentário Luiz Sá , de Roberto Machado Jr , único sobre o artista.


Além dos mais prestigiados personagens, Reco Reco, Bolão e Azeitona , Luiz Sá criou também Maria Fumaça - neguinha destrambelhada e trapalhona, Pinga-Fogo - o detetive errado, Faísca e Peteleco, Catita e Totó, Louro, entre tantos outros.









E foi ele ainda o criador do Bonequinho de O Globo, hoje um símbolo da crítica cinematográfica brasileira.



O traço brasileiríssimo de Luiz Sá e seu popularíssimo humor, criaram personagens de verdadeiros brasileiros. Era vê-los e dizer: "Ali está um brasileiro" ou "Ali está um de nós", tamanho foi o vínculo, a identidades criados entre o desenhista e o povo.








































12 de mar. de 2009

Recebi Via Email Essa Semana

De Renata Moro:


Construções geniais