Back2Black, no Rio - Não entendi as metáforas
Marco Nanine feito negro no Photoshop para o cartaz do evento
Li no excelente site Geledes, esta nota ( com foto) - http://www.geledes.org.br/destaques/back2black-festival.html
Marco Nanini, o Lineu de “A grande família”, passou pelo photoshop e virou negro. Ele cedeu sua imagem para que fosse modificada para o cartaz do festival “Back2black”, que acontecerá na Estação de trem Leopoldina, no Rio, a partir da próxima sexta-feira (28 de agosto). O slogan do festival que discute a África em conferencias e shows é “Um dia todos nós fomos negros”.
Não entendi a metáfora. A imagem de um ator branco pintado de negro, no Brasil está ligado a momentos vergonhosos de nossas artes dramáticas. Sérgio Carodoso ( famosíssimo ator de TV e teatro à sua época), pagou o maior vexame em cena, em 1969, pintado de negro no principal papel da novela A Cabana do Pai Tomás (TV Globo). Triste. Mas ele não teve nenhuma culpa. A verdade é que ninguém estranhava. O público aceitava, acreditava, queria. Papel principal era só para ator branco.
Vinte anos antes, Abdias do Nascimento, fundador do Teatro Experimental do Negro, para o qual Nelson Rodrigues escreveu O Anjo Negro- peça fascinante, da linha das tragédias- foi impedido de estrear a peça no Teatro Municipal, que não recebia negros. Um ator sem muita importância foi pintado de negro para viver o grande papel.
De posse desta história, antipatizo com a idéia do cartaz Nanine, preto de Photoshop, querendo dizer o quê? Andei perguntando a todo mundo: “O que isso quer dizer?” Parece que ninguém entendeu. Se querrm dizer que o ator, como todos nós, já fomos negros, porque então não colocá-lo com a pele dele mesmo? Ora, se fomos, somos. Mesmo os que se vêm como brancos.
Não entendi a metáfora. A imagem de um ator branco pintado de negro, no Brasil está ligado a momentos vergonhosos de nossas artes dramáticas. Sérgio Carodoso ( famosíssimo ator de TV e teatro à sua época), pagou o maior vexame em cena, em 1969, pintado de negro no principal papel da novela A Cabana do Pai Tomás (TV Globo). Triste. Mas ele não teve nenhuma culpa. A verdade é que ninguém estranhava. O público aceitava, acreditava, queria. Papel principal era só para ator branco.
Vinte anos antes, Abdias do Nascimento, fundador do Teatro Experimental do Negro, para o qual Nelson Rodrigues escreveu O Anjo Negro- peça fascinante, da linha das tragédias- foi impedido de estrear a peça no Teatro Municipal, que não recebia negros. Um ator sem muita importância foi pintado de negro para viver o grande papel.
De posse desta história, antipatizo com a idéia do cartaz Nanine, preto de Photoshop, querendo dizer o quê? Andei perguntando a todo mundo: “O que isso quer dizer?” Parece que ninguém entendeu. Se querrm dizer que o ator, como todos nós, já fomos negros, porque então não colocá-lo com a pele dele mesmo? Ora, se fomos, somos. Mesmo os que se vêm como brancos.
Sérgio Cardoso, como Pai Tomás, em A Cabana do Pai Tomás.
Mais metáforas
Do grande evento carioca, não entendi nem o título, Back2Black. Back não é atrás, para trás, nas costas, retrô, etc...?Mas o Brasil é um país negro hoje e não lá atrás.
Do grande evento carioca, não entendi nem o título, Back2Black. Back não é atrás, para trás, nas costas, retrô, etc...?Mas o Brasil é um país negro hoje e não lá atrás.
Menos ainda entendi o out-door afixado nos pontos finais dos ônibus: Venha se sentir negro por tres dias.
Estou enganada ou o negócio cheira mesmo a festa de branco?
Mudando de assunto, Racismo
Deu n'O Globo
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