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29 de jun. de 2009

Quintana


Respire fundo

Tão delicada é a palavra de Mário Quintana, não é? Tão leve, etérea, volátil, sei lá qual é a palavra.

Sempre acho que a poesia toca a gente pela via da respiração. A de Quintana, para mim, é ar fresco nos meus pulmões. Ar puro. Prazer parecido.

Mas há também poemas que são ar pesado, poluído, cinza chumbo, ar de São Paulo, de Tóquio, de Nova Iorque. Poemas plúmbeos, subterrâneos, underground, ar rarefeito. E nem por isso são menos bons, ou bonitos , menos tocantes ou brilhantes que os primeiros.

Há os que intensificam a intensidade da respiração, aprofundam-na, transformam em suspiros, quase gemidos.. Poemas que nos romantizam, nos transformam em julietas e romeus, retrocedidos à franca adolescência.

E há os que botam a respiração em suspenso. “Não se respira aqui, por um momento”- te ordenam eles. E assim se dá. E te tirar o ar é sua maior qualidade.

Poesia e respiração. Caminham juntos.

E hoje quero respirar Mãrio Quintana.


'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'
Mário Quintana

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