Lusco-fusco – onde foi parar esta expressão?
Prossigo minhas experiências fotográficas com a luz ( muita luz, pouca luz, luz de vela, de abajur, de lanterna, luz da noite). Com uma camerazinha Sony simplisinha, simplsinha, que de recursos tem apenas um pequeno zoom e é a que tenho em mãos.
O foco é precário, em luz tão pouca. Mas gosto disso também. Há qualquer coisa de impressionismo. Alguma coisa que lembra movimento. Como neste entardecer da última quinta-feira .Este lusco-fusco – expressão que caiu em desuso, acho, mas não deixou outra no lugar. Hora enganadora. Vê-se coisas que não existem. Sombras, fantasmas, impressões.
Disse entardecer? Não. Melhor seria dizer anoitecer, cair da noite.A noite avançava de um lado, o dia resistia de outro.Uma resistência inglória e sem sentido, pois que a noite viria, de qualquer jeito, avançando, como um manto jogado em câmera mais lenta, sobre uma luminária. Manto da noite. Lugar comum? Que seja. Não vejo imagem melhor.
Então, a hora era essa. Aqui, no alto da serra, houve um momento em que parte da casa já estava envolta neste manto de chumbo.Já era noite. Noutra parte, as telhas ainda brilhavam no sol. Era dia.
Os pássaros calaram. E o vento . Nenhuma folha mexia. Só o céu se movia. E atrás dos montes maiores, morria o sol, como um vulcão distante.
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