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Não sei até que ponto os mais assíduos visitantes deste blog freqüentam também ou não o Neila Tavares, Confissões. Tenho às vezes a impressão de que sim, visto que os dois crescem na mesma proporção e medida, no mesmo tempo ( com ligeira e surpreendente vantagem do Confissões, que começou primeiro), e que a correspondência de um refere-se ao outro, com freqüência.
De qualquer forma, conto aqui, resumidamente, o que muitos já leram na publicação desta semana, no Confissões. Vagando na internet, encontrei uma publicação de Jorjão Henriques no YOUTUBE, do fechamento da TV Tupi, durante a Ditadura, sob Figueiredo, em 1980. Fitas Umatic, que ele encontrou no lixo, e, vendo do que se tratava, remasterizou e publicou como sendo uma fita da BAND, por engano.
Gravei este documento, de forma improvisada, por inspiração minha e de Ângela Leal, durante o fechamento da Tupi, com material, equipamento e pessoal da própria Tupi agonizante, e mesmo sabendo que não poderia retirar as fitas, porque tudo que pertencia à Tupi estava bloqueado, e a nada simpática polícia da Ditadura estava atenta para que dali nada se retirasse. Gravamos e deixamos as fitas, com um pensamento, que hoje se revelou profético: “Quem sabe um dia alguém venha a encontrá-las?”
Como está detalhadamente contado nas Confissões, Capítulo 27, as fitas vêm sendo aos poucos recuperadas, das formas mais inesperadas. Documento precioso para a História da Comunicação do Brasil, e para a sua História política, do período da Ditadura.
E falo ali do carinho, do grande afeto que público, artistas e técnicos tinham pela emissora, a primeira casa, e que se comprovam nas imagens.
A chegada da Televisão no Brasil foi celebrada como uma festa. Dávamos um grande passo em relação à Comunicação, ao Progresso, à Modernidade e já nos primeiros anos provávamos nosso irrestrito talento para esta mídia, realizando proezas inimagináveis com os precários recursos da TV de então. Celebrada com champanhe, e paralizando a nação com a primeira transmissão, a festa da chegada mereceu até hino, do poeta modernista Guilherme de Almeida, no ritual de abertura cantado pelo cantor mexicano convidado, José Mojica, e pela atriz brasileira Lolita Rodrigues.
E, ao mesmo tempo em que minha pesquisa na internet me leva ao fim da Tupi, me leva também ao início de tudo, quando encontro, no mesmo YOUTUBE, as primeiras imagens. E, mais à frente, o Hino da Televisão, que sempre quis conhecer, cantado pela mesma Lolita, num programa da Hebe.
Inauguração da TV Tupi
Hino da Televisão
Lolita Rodrigues na Hebe Camargo
7 de dez. de 2008
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