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24 de set. de 2008

A Música das Esferas


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Foi Pitágoras que chamou assim – Música das Esferas – a música que ele descobriu - ou intuiu, ou sentiu, não sei - produzida pelo Universo, gerada pelo movimento dos corpos celestes e, ao mesmo tempo, responsável por sua harmonia no céu. Mas é mais complexo.
E preciso me socorrer num artigo de Marcelo Gleiser, em A Folha de São Paulo, para explicar ( V. artigo inteiro em.http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=14985).
Diz ele:
”...A música foi o primeiro veículo de transcendência do homem. Daí sua presença tão fundamental nas várias religiões. E ela foi, também, a primeira porta para a ciência.
Tudo começou em torno de 520 a.C., quando o filósofo grego Pitágoras, vivendo na época no sul da Itália, descobriu uma relação matemática entre som e harmonia. Ele mostrou que os sons que chamamos de harmônicos, prazerosos, obedecem a uma relação matemática simples.
Usando uma lira, uma espécie de harpa antiga, ele mostrou que o tom de uma corda, quando soada na metade de seu comprimento, é uma oitava acima do som da corda livre, portanto satisfazendo uma razão de 1:2. Quando a corda é soada em 2:3 de seu comprimento, o som é uma quinta mais alto; em 3:4, uma quarta mais alto.
Com isso, Pitágoras construiu uma escala musical baseada em razões simples entre os números inteiros. Como essa escala era de caráter tonal, os pitagóricos associaram o que é harmônico com o que obedece a relações simples entre os números inteiros.
E foi aqui que eles deram o grande pulo: não só a música que ouvimos, mas todas as harmonias e proporções geométricas que existem na natureza podem ser descritas por relações simples entre números inteiros. Afinal, formas podem ser aproximadas por triângulos, quadrados, esferas etc., e essas figuras podem ser descritas por números.Portanto, do mesmo modo que a corda da lira gera música harmônica para determinadas razões de seu comprimento, os padrões geométricos do mundo também geram as suas melodias: a música se torna expressão da harmonia da natureza, e a matemática, a linguagem com que essa harmonia é expressa.
Som, forma e número são unificados no conceito de harmonia.
Pitágoras não deixou as suas harmonias apenas na Terra. Ele as lançou para os céus, para as esferas celestes. Embora os detalhes tenham se perdido para sempre, segundo a lenda apenas o mestre podia ouvir a música das esferas.Na época, ainda se acreditava que a Terra era o centro do cosmo. Os planetas eram transportados através dos céus grudados nas esferas celestes. Se as distâncias entre essas esferas obedeciam a certas razões, elas também gerariam música ao girar pelos céus, a música das esferas. Pitágoras e seus sucessores não só estabeleceram a essência matemática da natureza como levaram essa essência além da Terra, unificando o homem com o restante do cosmo por meio da música como veículo de transcendência.”

A queda do geocentrismo não determinou com ela o fim desta doutrina. Se não eram as esferas celestes, eram os astros que, soltos no Universo e em movimento permanente, gerariam música e, por causa dela, moviam-se harmoniosamente, sem nunca se chocar. E como, de acordo com o princípio hermético, "o que está em cima é como o que está embaixo", o mesmo conceito valeria para tudo.
Místicos e visionários de diversas escolas esotéricas continuaram a buscar, através de certas práticas de desenvolvimento espiritual, ouvir a Música das Esferas, em todo o mundo, à procura da harmonia cósmica. E há relatos de santos e missionados, como Teresa D’Ávila e Jacob Böheme que a teriam ouvido, senão antes, pelo menos na hora da morte.

Depois de ouvir o que já nos foi possível registrar da música da Terra, de Júpiter, de Saturno, nas últimas postagens, falta-nos agora o canto geral do Universo:





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Seria essa a mesma Música das Esferas, que apenas começamos a poder ouvir e registrar? – é o que muita gente vem se perguntando.
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