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26 de mar. de 2009

Miguel de Cervantes








À direita, Cervantes, em desenho de Salvador Dalí







Confundido às vezes com o seu principal personagem, às vezes retratado como Don Quixote, ou Don Quixote como ele, Miguel Saavedra de Cervantes teve uma vida cheia de aventuras.


Nasceu em 1547, em Alcalá de Henares, cidade perto de Madrid. Filho de um médico que, por razões profissionais, mudava-se de uma cidade a outra com freqüência, acostumou-se à vida nômade desde muito cedo. Estudou em Madrid nas universidades de Alcalá e de Sevilha.


A Espanha vivia uma série de inquietações nestes anos, próximos à descoberta da América por Cristóvão Colombo (1492), e à expulsão dos mouros de suas terras pelos reis católicos Isabel de Castela e Fernão de Aragão, no mesmo ano, determinando um recrudescimento do cristianismo espanhol e uma ressurreição tardia da Inquisição em Espanha, Portugal e suas recentes colônias ( incluindo-se aí o Brasil).


A influência moura, no entanto, na filosofia, na estética, na literatura, era ainda bastante grande na Península Ibérica.


A literatura, no mundo, eclodia. São contemporâneos de Cervantes o dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616), o poeta português Luis de Camões (1524-1580), os poetas espanhóis Teresa D’ Ávila - a santa Teresa de Jesus (1515-1582) - e João da Cruz (1542-1591), outro santo católico , e considerados ainda hoje os dos maiores poetas de Espanha.


As grandes aventuras de Cervantes têm início quando foi obrigado, ainda jovem, a fugir para Roma, depois de participar de um duelo em que feriu gravemente seu adversário.


Participou como soldado da Batalha de Lepanto, contra os turcos, em 1570, de onde retornou com a mão esquerda paralisada e um ligeiro problema no andar, que lhe valeu o apelido de “o Manco de Lepanto” – do qual se orgulhava.


Juntou-se então ao irmão em negócios cargueiros, com o navio El Sol, e , durante uma de suas viagens, foi capturado por piratas turcos, que o levaram para a Argélia e o fizeram escravo por cinco anos, até que, finalmente, se fechassem as negociações para o pagamento do resgate, entre sua família e seu Senhor. Numa de suas obras, Novelas Exemplares, de 1614, contará passagens deste seu tempo de escravidão.


Finalmente liberto em 1580, casou-se, em 84, com a jovem Catalina de Salazar y Palacios e, com ela, retornou ao nomadismo, trabalhando, nos próximos 20 anos, como coletor de impostos, de cidade em cidade da Espanha e suas colônias. Mas, acusado de irregularidades fiscais, viu-se pelo menos duas vezes falido e levado à prisão, em 1597 e de novo em 1602. Foi nesta segunda que surgiu a inspiração para o Don Quixote, publicado em seguida, em 1605, em primeira parte
Seu primeiro romance, Cataléa, foi publicado em 1585.


Em prosa ou verso, Cervantes produziu uma obra magistral.



Em 1606 estabeleu-se finalmente em Madrid, onde morreria, a 23 de abril de 1616, aos 63 anos de idade. Neste mesmo dia morria William Shakespeare, na Inglaterra.

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Ilustração do catálogo da exposição Ilustradores de Don Quixote, Biblioteca Nacional, Lisboa, s/d






























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