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Os Beatles na Índia
No finalzinho dos anos 50 , chegava a San Francisco o guru Maharish Mahesh Yogi, com o objetivo de divulgar no ocidente técnicas de meditação por ele desenvolvidas e que recebiam o nome de Meditação Transcendental, ou apenas MT. Eram técnicas simples, adaptadas à velocidade da vida moderna, e fizeram imediato sucesso na alta-sociedade norte-americana.
Maharish Mahesh Yogi, indiano, nascido em 1918, físico e discípulo de Guru Dev , depois da morte de seu mestre, em 1953, retirara-se nos Himalaias, de onde saiu para realizar conferências no mundo sobre a paz e o desenvolvimento espiritual.
Em 1967, mesmo ano do lançamento de Sargent Peppers, atraiu a atenção de George Harrison, que havia lido a Auto-biografia de um Yogi, de Paramahansa Iogananda, livro que despertou seu interesse pelos processos de conquista da Espiritualidade na Índia, envolvendo com isso os outros membros do conjunto.
Em 1968, os Beatles viajaram a Rishkesh, nos Himalaias, onde Maharish Mahesh tinha o seu ashram, juntamente com outras celebridades, entre as quais encontrava-se a atriz Mia Farrow.
Foi um tempo de intensa criação. Lennon chegava a compor várias músicas num único dia, a maioria das quais foi gravada pelo grupo, em seguida, no chamado Álbum Branco.
Mas logo os Beatles se desentenderiam com o Mahesh, que assediara sexualmente Mia Farrow, conforme relato de Lennon em 1970, em entrevista à Playboy. O episódio, que levou os Beatles a considerarem Maharish Mahesh Yogi uma farsa, é também contado por Lennon na música Sexy Sadie.
Maharish Mahesh morreu na Holanda, aos 91 anos de idade, em 2008.
O documento fotográfico, transcrito em vídeo ( abaixo) é desta visita dos Beatles ao ashram do guru indiano.
Os Beatles no asram de Maharish Mahesh Yogi
Outro momento especial da viagem dos Beatles à Índia, flagrado neste vídeo, é a aula de sitar, de Ravi Shankar a George Harrison.
Aula
Falando em Beatles, Drummond traduziu músicas dos rapazes de Liverpool, sabia?
Pois é. Isso foi há 40 anos e está na internet, no site Poesia Nossa, endereço obrigatório para quem curte poesia e Drummond. E, originalmente, na revista Realidade, de março de 1969. As tres letras aqui traduzidas são do álbum The Beatles ( Álbum Branco), de 1968.
OB-LA-DI, OB-LA-DA
(John Lennon - Paul McCartney)
Desmond has a barrow in the market place
Molly is the singer in a bandDesmond says to Molly — girl
I like your face
And Molly says this as she takes him by the hand
Ob-la-di ob-la-da life goes on bra
La-la howthe life goes on
Ob-la-di ob-la-da life goes on bra
Lala how the life goes on Desmond takes a trolley to the jewellers store
Buys a twenty carat golden ring
Takes it back to Molly waiting at the door
And as he gives it to her she begins to sing
In a couple of years they have built
A home sweet home
With a couple of kids running in the yard
Of Desmond and Molly Jones
Happy ever after in the market place
Desmond lets the children lend a hand
Molly stays at home and does her pretty face
And in the evening she still sings it with the band
Happy ever after in the market place
Molly lets the children lend a hand
Desmond stays at home and does his pretty face
And in the evening she still sings it with the band
And if you want some fun —
Take Obladi oblada.
OBLADI, OBLADÁ
(tradução: Carlos Drummond de Andrade)
Desmond tem um carrinho na Praça do Mercado.
Molly vocaliza num conjunto.
Desmond diz a Molly: Por teu rosto sou vidrado
Molly diz-lhe: O quê? e pega-lhe na mão.
Obladi, obladá, a vida continua:
olá, olalá, como a vida continua!
Obladi, obladá, a vida continua...
Olá,olalá, como a vida continua!
Desmond toma o ônibus,
vai à joalheriacompra anel de ouro de ofuscar
e leva-o a Molly, que espera junto à porta.
De anel no dedo, eis Molly a cantar.
Em um par de anos terão construído um lar bacana doce que nem cana.
Um par de garotos corre pelo pátio desse casal unido
Olha Desmond feliz na Praça do Mercado.
Ao lado, os molequinhos ajudando.
Molly ficou em casa se enfeitando e à noite ainda canta no conjunto.
Olha Molly feliz na Praça do Mercado.
Ao lado, os molequinhos ajudando.
Desmond ficou em casa se enfeitando e à noite ela ainda canta no conjunto.
E se querem se divertir, obladi, obladá!
PIGGIES
(George Harrison)
Have you seen the little piggies
Crawling in the dirt
And for all the little piggies
Life is getting worse
Always having dirt to play around in
Have you seen the bigger piggies
In their starched white shirts?
You will find the bigger piggies
Stirring up the dirt
Always have clean shirts to play around in
In their styes with all their backing
hey don't care what goes on around
In their eyes there's something lacking
What they need's a damn good whacking
Everywhere there's lots of piggies
Living piggy lives
You can see them out for dinner
With their piggy wives
Clutching forks and knives to eat their bacon
PORCOS
(tradução: Carlos Drummond de Andrade)
Viste os porquinhos rebolando na imundície?
Para todos os porquinhosa vida está cada vez mais difícil
e brincam sempre na sujeira por aí.
Viste os mais taludos porquinhos em suas engomadas, alvíssimas camisas?
Olha os mais taludos porquinhos em algazarra na imundície
com camisas alvíssimas a folgar por aí.
Em seus chiqueiros, plenamente protegidos,
ao que vai por aí nem ligam.
Nos olhos deles falta uma coisinha:
precisam mesmo é de suma porcaria.
Por toda parte há muitos porquinhos vivendo suas porquinhas vidas.
Podes vê-los para o jantar saindo com suas porquinhas mulherinhas
de garfo e faquinha para comer presunto.
WHY DON'T WE DO IT IN THE ROAD?
(John Lennon - Paul McCartney)
Why don't we do it in the road?
No one will be watching us
Why don't we do it in the road?
E POR QUE NÃO AQUI NA ESTRADA?
(tradução: Carlos Drummond de Andrade)
E por que não aqui na estrada?
Não há ninguém para ver nada
E por que não aqui na estrada?
Link para apublicação de origem:
: http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond10.htm
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