.post img{border: 1px solid #000000;padding: 1px;} .post a:hover img{border: 1px solid #6699FF;}

16 de dez. de 2010

FREUD E A TIRANIA

.
A Morte de Freud: o legado de seus últimos dias


A morte de Freud

O livro, uma biografia, é de Mark Edmundson, focado na fase final da carreira e da vida de Freud, dedicada a refletir sobre cultura e política, com idéias contundentes sobre a tirania.

Freud morreu em 1939. Em 38, com a anexação da Áustria pelo Füher, depois de sofrer perseguições como judeu e ter suas filhas ameaçadas por atos de violência,viu-se obrigado ao exílio em Londres, onde foi recebido em festa. Este último ano foi também marcado por uma dolorosa luta contra o câncer e talvez tenha sido esta sua fase mais profícua.

Um trecho do livro



"Em seu período final de vida (o ano de 1939), Sigmund Freud previu dois fenômenos chocantes dos séculos XX e XXI. O primeiro foi a ascensão da tirania. As revoluções dos seculos XVIII e XIX, nos Estados Unidos, na França, por toda a América Latina, bem como em outros locais, convenceram muitas pessoas mais velhas de que um liberalismo democrático havia começado.

A monarquia e a aristocracia pareciam estar desaparecendo em toda parte.
Porém, o retorno do reprimido trouxe para o século XX Lenin, Franco, Mussoline e Hitler, continuou depois através de Stalin e Mao, e certamente ainda não chegou ao fim. Por vezes, parece que, nos séculos XX e XXI, os seres humanos tem estado engajados em uma contraevolução. Eles se voltaram para estados de espírito e de governo mais primitivos.
A obra de Freud também prevê o novo nascimento da exortação fundamentalista.

A religião, nos séculos XX e XXI, não se tornou mais privada, mais cética, mais nuançada - pelo menos não para maioria das pessoas. E ela não desapareceu - longe disso. Pelo contrário, estes séculos assistiram 'a ascenção feroz das religiões patriarcais, não apenas no Islã, mas tbem no mundo cristão. Na perspectiva freudiana a religião fundamentalista e a política autoritária são duas faces da mesma moeda...

.A obra de Freud sugere que jamais alguém deve pensar que o facismo e o fundamentalismo são coisas do passado. Não existe vitória permanente contra eles... ninguém deve achar que a humanidade os derrotou para sempre. Este foi o erro do liberal século XIX...

Freud afirma que o facismo e o fundamentalismo por causa de seu incrível poder de atração ( para mentes infantis ), vão sempre surgir em situações de emergência. Quando uma nação poderosa ou rica se volta para um dos dois, algo precisa ser feito, e quanto mais rápido melhor... Quando o fundamentalismo religioso atravessa as fronteiras nacionais e se alinha com a política autoritária, as nações que aspiram a democracia passam a lidar com uma enorme ameaça."

Mark Edmundson - A Morte de Freud, Odisséia Editorial, ano de 2009, pag 229/230


.

Nenhum comentário:

Postar um comentário