da série HISTÓRIAS DE NASRUDIN
Nasrudin é bom conselheiro. Por isso, além de se contar suas histórias em cada lar do mundo árabe-e-muçulmano, é também de bom alvitre ter em casa uma imagem sua, à qual se dirigir nos momentos de incertezas.
Mas, há sempre uma razão para que se seja eleito um conselheiro desta natureza. Na Índia, é Ganesha, porque um dia perdeu a cabeça ( tendo lhe sido dada uma de elefante, no lugar) e por isso protege os homens do mal de perderem a cabeça numa decisão errada. No caso de Nasrudin, ele é o grande conselheiro que é. porque entra com um medida do necessário humor, que com certeza estará faltando no sujeito atormentado pela dúvida. Se puder olhar seu problema com humor, estará mais próximo de resolvê-lo.
E a segunda, e talvez principal razão, é que Nasrudin liberta o atormentado de sua própria lógica, ensinando-o a olhar pela lógica do outro ( ou as lógicas dos outros), tornando assim as coisas mais fáceis.
Eu, por exemplo, tomo uma história de Nasrudin por orientação, toda vez que tento fazer algo cujo sucesso parece impossível. È a seguinte:
No Lago Aksehir
Nasrudin batia com uma pá as águas do lago Aksehir, vigorosamente, quando um outro passou e perguntou:
- O que está fazendo, Nasrudin?
- Batendo bem a água para ver se se torna iogurte.
- Ô, Nasrudin, Nasrudin. Você acha que isso pode dar certo?
Nasrudin:
- Acho que não. Mas já pensou se der ?
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