.post img{border: 1px solid #000000;padding: 1px;} .post a:hover img{border: 1px solid #6699FF;}

20 de jan. de 2009

O grande dia é chegado

.
Hoje é o dia. Todas as atenções do mundo estão voltadas para Washington. Há festa por toda parte. Amanhã acordaremos sem o pesadelo de Guantânamo. Sem mais essa vergonha, sem mais essa culpa a nos pesar nos ombros. Amanhã, quando abrirmos os olhos, de manhã, estaremos vivendo uma nova era.

Soldados-meninos deixarão o Iraque e voltarão para casa, para o abraço de suas famílias, de suas namoradas. Talvez para sempre machucados. Talvez para sempre neurotizados pelos horrores que tão cedo lhes impuseram viver. Remember Vitname. A guerra, para os que voltaram de lá, durou o resto da vida.

Meninos do Afeganistão, por um tempo ainda, perderão partes do corpo, brincando nos campos minados. Mas não haverão novos campos minados.

O Iraque voltará a ser dono de seu próprio destino.

Os dois lados de Gaza terão que se explicar pela morte de inocentes, e Israel não mais enviará bombas de fósforo condenadas, com ares de quem de nada sabia.

Amanhã, quando acordarmos, brancos, negros, índios, pobres e ricos, católicos, evangélicos, judeus, muçulmanos, budistas, todos se abraçarão nas ruas. Entenderão, finalmente, que fazem parte de uma única e mesma família humana.

Amanhã, Martin Luther King renascerá das sombras e sua alma pairará nos céus, sob a lua, iluminado por seu sonho, para sempre lembrado como "aquele que sonhou", emblema do direito de sonhar, exemplo de fé para todas as nações.

Amanhã, o covarde bloqueo econômico a Cuba estará terminado.

Amanhã, amanhã, quando acordarmos...


E contaremos a nossos netos e bisnetos, orgulhosos de nosso legado: "Naquele dia...Eu estava lá, eu vi..."

E eles nos interromperão, como fazem sempre todos os netos: "Já sei, vovô. O presidente negro... Você já me contou isso muitas vezes..."

E insistiremos, como sempre fazem os avós, sem dar bola se chateiam os netos com as incessantes repetições das mesmas histórias: "Eram duas horas da tarde no Brasil, quando o presidente negro tomou posse em Washington. Eu acompanhava pela internet... Ah, internet, vocês hoje não sabem mais o que era a internet... Mas era ali que eu acompanhava..."


Tremo. Toda eu. Meus corpos físico e etérico, meu coração, meu pensamento, minha alma, meu espírito... tremo toda, com o aproximar da hora. De emoção e medo. Em tudo, toda unanimidade me fascina e amedronta. Sou pássaro ferido. Aprendi a voar contra a corrente de vento. Poucas vezes na vida ( tão poucas, que não seria capaz de citar uma, agora) estive ao lado de alguma unanimidade. Sou quase estreiante.

E estou com medo. Estremeço. Frio na barriga.

Mas feliz. Há já uma grande beleza nesta hora, hora em que todo o mundo grita, a uma só voz: BASTA! Basta de insanidade. Basta do desrespeito à vida. Basta deste teatro de horrores.

Somos testemunhas e participantes, atores e espectadores deste instante. Isto, já temos em nosso repertório de histórias para contar aos netos: "Naquele dia, o mundo inteiro disse CHEGA! Era um grito só. E minha voz se juntava à voz de todos...E todos nós acreditamos."

E amanhã...

Ah, meu Deus!

GOD SAVE MR. BARACK OBAMA.

GOD SAVE US.







.

Nenhum comentário:

Postar um comentário