Um jardim! Ah, um jardim é tudo. Surpresa, mistério, poesia, sinfonia, festa de aromas.
Roberto Burle Marx ( neste ano de 2009 comemora-se seu centenário) dizia que os jardins são uma verdadeira necessidade dos homens.
Teresa D’Ávila, a santa poeta, fundadora da Ordem dos Carmelitas Descalços, ensinava a orar numa conversa franca, íntima e silenciosa com Deus, em vez de recitar orações. O conventos teresianos têm, ncessariamente e desde a fundação da Ordem, no século 16, um jardim central. É o espaço destinado a estas íntimas conversas com o Senhor, estes íntimos Encontros.
Adeptos das diferentes ordens zen são, tradicionalmente, exímios criadores de jardins e estes reproduzem a ordem cósmica e sua lógica. Destinam-se à meditação. São minimalistas, essenciais. Propõem que a mente também se ordene e assim se sintonize com as forças cósmicas.
No Oriente, a função do jardineiro é uma das mais nobres e respeitadas, porque exige o conhecimento do mundo. Ali, os jardins inserem-se, tanto no rol das artes quanto das ciências exatas.
Entre os sufis, o Conhecimento é passado de Mestre a Discípulo e através de diferentes veículos e formas – na arquitetura, na poesia, na matemática, na medicina, no conto, no humor, nos jardins...Foram os sufis os arquitetos, decoradores e jardineiros do Taj Mahal. Eles têm na Beleza o próprio Divino, e por isso a buscam e celebram. Por isso, entre eles, a Arte é a forma mais direta de comunicação com o Divino. A Arte é a Ponte.
Como transmissão do Conhecimento, os jardins sufis contam histórias, compõem um discurso que pode ser “lido” por quem lhe conheça os símbolos, na linha da consciência, ou mesmo “sentido”, absorvido pela Mente ( Mente Superior, digamos assim).
No caso do Taj Mahal, todo ele ( e seus jardins) é um discurso sobre o Amor, a Morte, a Eternidade. A finitude da vida em oposição à infinitude do Amor.
Mas há também os jardins espontâneos. Feitos sem técnica, sem conhecimento, sem especialistas. E são lindos. Basta um pouco de sensibilidade e de dedicação e resplandecem, encantam a vida, tornam-na mais generosa.
E há lugares – vilas, cidades, comunidades, em que jardins são expressões do coletivo, de sua identidade e unidade. Culturas em que todos prezam e cuidam de jardins particulares, que se somam, e dos coletivos, usufruidos pela coletividade. O resultado é mágico.
Como nessas fotos, de uma vila de casas inglesa.



Veja na publicação abaixo outras imagens.
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http://neilatavaresgeleiageral.blogspot.com/2009/01/jardins-cultivo-e-cultura.html

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