Primeira história
Pergunta o discípulo ao mestre:
- Quando eu tiver encontrado Buda, o quê que eu faço?
Responde o mestre:
- Mata-o.
O enigma
Estranho, não é? É. Estranho. À primeira vista.
As histórias zen, curtinhas a maioria das vezes, não se explicam por si mesmas.
São inúmeras. Um importante legado do zen à literatura universal.
E são feitas para a meditação. Feitas para instigar o leitor, fazê-lo pensar. São como cutucadas na lógica usual. Enigmáticas, sempre.
No zen , é preciso matar o Buda ( ou a divindade, a Iluminação, como quer que o Buda seja pensado), para encontrá-lo. Matar o Buda que temos por referência, o Buda equivocado que nos foi ensinado na família, escola, religião, etc, antes mesmo que formássemos nossa capacidade crítica e que introjetamos sem escolha.
Morto este, estaremos prontos para encontrar o verdadeiro.
E talvez tenhamos que matar em nós , não apenas as expressões de divindade. Talvez precisemos matar outras coisas, para enfim alcançá-las. Como o Amor, por exemplo. Assassinar este amor possessivo e exigente, cobrador, rígido, com o entendemos ,para enfim amar.Matar a nós mesmos, a idéia que fazemos de nós e que em nada corresponde à nossa realidade mais íntima, para enfim sermos. Enfim, quanto não precisaríamos matar, para encontrar.
Quer outra? Está bem . Mas essa, agora, a interpretação é com você.
Segunda história
Diz o discípulo ao mestre:
- Toda a minha vida busquei Buda. O mesmo Buda que o vejo agora cavalgando.
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