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Parte 1
Nos bancos das universidades, acredite
Elas eram maravilhosas. Lindas, leves, elegantes, alegres, modernas...
Muito modernas.
No início dos anos 60 estavam no auge do sucesso. Todas as garotas queriam ser como elas: as Garotas do Alceu. Os rapazes fingiam não ligar. Era coisa de mulher.
Só agora, lendo um texto do Ziraldo, compreendi. Só fingiam. Eles ambém sonhavam com as Garotas do Alceu. Eram suas namoradas inconfessas.
E já nem eram mais assim tão mocinhas.
Já em 1938 os jornais prometiam que : As garotas que são a expressão da vida moderna, endiabradas e inquietas serão apresentadas todas as semanas em "O Cruzeiro" por Alceu Penna... E assim elas chegaram. E se estableceram na vida brasileira, por 28 anos, com publicação ininterrupa.
Alceu Penna (1915 - 1980) foi, além disso, um grande nome da Moda , criando modelos e esampas para a Rhodia brasileira, apresentados em desfiles espetaculares e beneficentes em quase todo o mundo e em todas as capitais brasileiras.
As Garotas foram também calendários desputados, ano-a-ano. E quando se foram, foram-se só das páginas das revistas. Porque jamais deixaram a memória dos que as conheceram. Da memória e da emoção. Não é possível lembrar-se das Garotas sem um certo sentimento de ternura. Sem uma saudade doce, gostosa.
E agora elas voltam. Voltam em exposições, voltam em livros, voltam como matéria de estudo às universidades. Refletem a moda e o comportamento dos anos em que brilharam em O Cruzeiro. As Garotas, agora, são História. As Garotas são as portavozes de um tempo, e de suas expectativas, um tempo que deixou saudades na maioria daqueles que o viveram e uma forma de melancolia em outros que gostariam de tê-lo vivido. Um Rio de Janeiro cheio de luz e de graça. Um país palpitante de alegria.
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Continua na publicação abaixo
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22 de nov. de 2008
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