Aquela era outra doida. Não saía de casa. Acho que era a família que a trancava. Porque era doida.
Os meninos da vizinhança perguntavam:
Por que não sai? Por que a gente nunca vê ela?
Porque é doida - respondiam os mais velhos. É doida, entendeu? Não cheguem perto.
Mas um dia, um garoto, tomado pela curiosidade, olhou pelo buraco da fechadura. Queria ver a doida. E viu. Ela estava completamente nua, lá dentro.
Saiu gritando para as outras crianças:
Eu vi a doida. Eu vi. Ela estava nua.
Os outros não acreditaram:
Viu nada. Você está inventando.
Claro que não viu.
E ele, excitadíssimo:
Vi, sim. Eu vi. Olhei no buraco da fechadura e vi ela nua, lá dentro. Juro que vi. Estava nuinha. Nua como a água.
17 de ago. de 2008
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